A
nova casa de Muriqui
Ao
pé da Serra da Mantiqueira, lugar de muita floresta nativa, vivia uma família
de Muriquis. O filhote Muriqui sempre pulava de árvore em árvore e sempre
estava feliz.
- Uruu... Pular é minha alegria! –
dizia Muriqui ao segurar um cipó para se lançar em um galho.
Ele era muito esperto, não parava um
minuto. Só estava imóvel quando estava se alimentando, comendo os frutos da natureza.
Ele decidiu sair da Serra e descer em direção ao Vale. Ao chegar lá encontrou alguns
frutos e disse:
- Que frutos gostosos! Vou ficar por
aqui! Vou comer até explodir!
Mas Muriqui não contava com um fato.
Havia alguns fazendeiros morando por ali. Eles estavam preparando suas terras,
começaram a derrubar as árvores e roçar os matos. E de repente iniciou um
incêndio.
Os animais do local começaram a correr.
Apareceram preguiças, onças e muitas variedades de bichos fugindo do lugar. Também
estavam saindo da mata alguns pássaros e sapos pequeninos, que davam saltos num
desespero só.
-
O que está acontecendo? Por que esta correria? – perguntou Muriqui aos animais.
- Você não percebeu, estão destruindo
tudo! – disse a onça desesperada.
- Mas o que está destruindo? –
continuou o macaquinho.
- A floresta está em chamas, corra se
não você vai se queimar. – disse um tucano voando em disparada.
Muriqui, como era curioso, foi em
direção ao fogo. Quando percebeu o incêndio, já era tarde, a fumaça tomou o
lugar e ele ficou atordoado. Os fazendeiros viram o macaco, foram até ele e
aprisionaram numa gaiola. Eles estavam curiosos com o bicho. Eles
alimentaram-no, mas Muriqui estava mesmo com vontade de ir embora dali.
- O que estão fazendo comigo? - Estou
preso! - Quero sair! – gritava o macaquinho desesperado, mas ninguém entendia
sua língua.
O animal foi levado para a fazenda,
era a atração de todos. Vinham crianças e adultos curiosos. Sentiu saudades da
Serra e de seus pais. Sabia que estavam longe e preocupados. Seu coração bateu
forte de tristeza.
Muriqui estava fraco, não comia
corretamente e já estava agora se acostumando à vida de cativeiro. Mas de
repente ouviu uma agitação na fazenda. Percebeu gritarias dos animais. Era
noite. Viu uma coruja e perguntou:
- Ei, coruja! O Que está acontecendo?
- Tem algumas pessoas chegando e
libertando alguns animais. – respondeu a ave.
- Por que estou aqui? – indagou o
macaquinho.
- Você está num cativeiro. Existem
pessoas que aprisionam animais da floresta. – contou à coruja.
- Cativeiro? Como assim? – perguntou
já sem entender nada.
- Sim, existem pessoas que
aprisionam os animais e às vezes maltratam. – explicou à coruja.
- Nossa, que maldade! Na floresta eu
era tão livre e feliz. Aqui estou preso e infeliz. – suspirou o Muriqui.
Ele percebeu um barulho e viu uma
moça. Toda bondosa, ela recolheu o animal da gaiola com todo carinho. Era uma
ambientalista com a polícia florestal, que prendiam os criminosos, salvando
assim os bichos do cativeiro. Depois do susto e do sofrimento, Muriqui foi
levado para uma reserva ambiental.
- Nossa! Aqui estou sendo bem
cuidado! Estou com saudades da minha família. – pensou o macaco.
Depois de um tempo, ele foi solto na
reserva florestal. Muriqui estava já desacostumado com a vida na mata. Estava
com medo e receoso. Um veterinário da reserva incentivava sua reabilitação, mas
ele não saia de perto do local. Quando ele percebeu alguns macacos nas árvores.
Uma alegria tomou o coração de Muriqui. Ele foi aproximando devagar e criando
coragem para conhecer-los.
- Ola! Seja bem vindo! – disseram os
macacos.
- Olá... Que bom ver macacos como
eu! – respondeu todo feliz.
- Sim, de onde você é? – perguntou
um macaquinho.
- Sou dá Serra, mas fui aprisionado
numa fazenda, e agora estou aqui. – respondeu todo vergonhoso.
- Todos nós somos de lá. Temos a
mesma história. Venha, vamos comer alguns frutos nas altas árvores. – convidou
o animal.
Muriqui se reergueu, pulou no galho,
pegou um cipó. E acompanhou os novos amigos. E assim o macaquinho fez uma nova
família. Passou novamente a pular de galho em galho, de árvore em árvore.
Agora ele estava muito feliz de casa
nova, estava num lugar protegido e podia ser livre como na Serra onde morava.
Muriqui segurava um cipó e gritava:
- Uruu... Pular é minha alegria!
Muito legal!!! Gostei!
ResponderExcluirobrigado pelo carinho.
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