O
tatu Cadu e o Tamanduá
Nas noites de lua cheia, o céu fica
bem claro. Dizem que a noite parece dia. Alguns animais de vida noturna gostam
de buscar alimentos saborosos nesta ocasião, porque fica mais fácil achá-las.
Mas, em noite de lua cheia sempre existem os perigos, seus contratempos. Surge
o medo do bicho felino, o rei da mata, a onça.
Na floresta morava o tatu Cadu. Ele
sempre vivia cavando buraco, logo fazia sua casa dentro da terra. Sempre a
noite ele saia para procurar alimento. Uma folhinha aqui, uma frutinha ali.
Neste momento ele encontrou o Tamanduá lambendo a terra. Achou estranho um
animal esfregar aquela pequena boca num buraco.
Então resolveu perguntar: - Olá!
Porque você está encostando sua boca na terra?
- Ouulá. Booa noite! Estou me
alimentando! – respondeu o bicho com uma boca bem pequena.
- o que você está comendo? –
continuou o tatu curioso.
- Oras! Formigas! – respondeu o
Tamanduá fuçando o formigueiro.
- Nossa... Como você as alcança?
Parece tão escondida? – retrucou o tatu.
- Tenho uma língua comprida, e minha
saliva é um cola que ajuda pegá-las. – disse o animal continuando sua refeição.
- Éééé... Cada um tem seu jeito de
comer. – suspirou o Cadu. Depois continuou: - Você ficou sabendo que tem uma
moradora nova na nossa região?
- Não. Quem? – respondeu o bicho se
deliciando com as formigas.
- Dizem que ela é feroz, rápida, e
camuflada. – argumentou o tatu.
- Não fiquei sabendo. – e continuou comendo.
- Mas eu não tenho medo. Eu a
enfrento. Dizem que ela ataca os animais, é uma felina carnívora. Você tem medo
de encontrar ela pela noite? – cutucou-o com sua pata.
-Não sei. Se eu encontrar decido o
que fazer. – novamente soltou sua língua capturando novas formigas.
- Mas você precisa se preocupar. Ela
anda matando vários animais, grandes e pequenos. Precisa se proteger. Se eu a
ver, vou me enrolar como uma bola e conseguirei fugir, porque minha couraça é
dura. E você? Como vai fugiu dela? – perguntou novamente o tatu.
- Não sei. Talvez lhe dê uma rabada.
– respondeu-o agarrando mais bichinhos no buraco.
E contando mil histórias, querendo
mostrar-se inteligente. O tatu Cadu enchia o peito para falar de como escaparia
da felina. Mas o tamanduá não queria
responder, só queria fazer sua refeição com sossego. Então ele pensou consigo como
escaparia desta: - vamos ver se ele é tudo que fala. Vou dar um susto nele.
- O seu Tatu? Disfarçadamente dá uma
olhada para sua direita. Mas sem virar o corpo. – disse o tamanduá.
- Por quê? O que tem do meu lado?
Desembucha! – perguntou todo ansioso o tatu.
- Nããão poosso falar. Apenas
disfarça e olha! – respondeu bem baixinho.
Todo trêmulo, disfarçando o medo que
tomou seu coração. Olhou com rapidez e não viu nada. Mas não quis olhar de
novo. Pois desconfiou que fosse uma onça. E logo perguntou:
- Saiu?! O que tinha?
- Não. Está um brilho estranho. É
melhor ficarmos parados. – disse isso para continuar a se alimentar das
saborosas formigas.
- Parado? E se for uma onça? –
retrucou o tatu.
-Ué. Você não disse que escaparia da
felina? Vai, olha de novo! – instigou o Tamanduá.
O tatu Cadu já estava sem controle
de suas patas. Estava já tremendo de medo, mas não quis assumir diante do
animal. Então, devagar mexeu uma pata, depois a outra, começou a cavar um
buraco e plufs! Desapareceu o tatu na terra.
Por fim, o tamanduá, pode terminar
sua refeição, comer seus bichinhos todo tranqüilo, horas e horas. Ele usou os
vaga-lumes que rondava o lugar para dizer que era a famosa onça. Num suspiro
ele disse:
- Depois dizem que eu que sou
linguarudo!
Cadu é um tamanduá amigo,
Gosta de brincar, mais é tímido.
Ele é um bicho muito esquisito,
Come formigas e cupim abanando rabito!
Cadu é um animal histórico,
Tem um nariz muito comprido.
Ele anda na mata todo solitário,
Difícil ver ele sem fuçar um buraco!
Cadu sempre está com o tatu,
Amigo e companheiro do mato.
Tatu gosta de falar tanto,
Que deixa o amigo irritado!
Cadu precisa ser preservado,
Tatu também precisa ser cuidado.
Eles precisam de amigos,
Como eu e você, e nunca de assassinos!
Cadu é um tamanduá amigo,
Gosta de brincar, mais é tímido.
Ele é um bicho muito esquisito,
Come formigas e cupim abanando rabito!
Cadu é um animal histórico,
Tem um nariz muito comprido.
Ele anda na mata todo solitário,
Difícil ver ele sem fuçar um buraco!
Cadu sempre está com o tatu,
Amigo e companheiro do mato.
Tatu gosta de falar tanto,
Que deixa o amigo irritado!
Cadu precisa ser preservado,
Tatu também precisa ser cuidado.
Eles precisam de amigos,
Como eu e você, e nunca de assassinos!
Marcelo Fernandes Contos do Vale do Paraíba
Literatura infantil –
abril 2016 marcelofsdb@yahoo.com.br
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