Quanto vale um Ser humano? (II)
Qual é o
caminho do ser humano? Ou qual é sua verdadeira definição? Quais são os passos
para declarar que um ser humano é visto de acordo com sua própria natureza e
sua própria verdade? Neste caminho de descoberta há um modelo a ser seguido, há
uma referência que nos faz pensar numa elaboração de um conceito mais amplo de
ser humano, e este conceito é real e vivo, é Jesus Cristo. “Não se perturbe o
vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim (...) Eu sou o caminho, a verdade
e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”(Jo 14, 1 -6). Esta afirmação dita
por Jesus, transcrita pelo Evangelista João, é um referencial de verdade. Não
haja dúvida quanto ao verdadeiro sentido do homem, quanto a sua verdadeira
definição. Como foi dito no texto anterior, o ser humano precisa ter um valor,
e este valor precisa descrever melhor sua realidade e sua amplitude de vida.
Quando se fala de vida, temos que ter em mente que todo homem e mulher têm sua
vida como princípio de movimento a existir neste planeta. Pode ser chamado de
devir, ou qualquer outra definição de existência, como design afirmado por
Heidegger. Neste contexto a pessoa humana “viva” deve ser vista como sujeito de
direitos e deveres, como digna de ser vivente no planeta e ainda ter direito de
ser livre a existir independente de sua condição física e social. Sua vida é o
referencial mais próximo de o “Ser Humano” ser definido como sujeito justo de
ser apreciado e cuidado. Não é sua opção de vida, sua condição física e sua
condição espiritual, que vão definir seus direitos. Nem mesmo será sua condição
social e sua condição financeira que darão as normas para sua conduta de
apreciação. É preciso saber bem distinguir o que é condição humana e vida
humana.
Quando se
assume a realidade humana como um ser espiritual e um ser físico, assumimos
também um ser sujeito a uma vida interior, sendo assim intelectual e
espiritual. Nos parâmetros da interioridade da pessoa humana existe a vida que
os move em sentido de um ser vivente. Esta vida o move a viver e a existir. Todo
ser humano tem seus instintos de comer, reproduzir, sorrir, relacionar e tem
suas capacidades de conhecer, entender e compreender. Esta dinâmica o torna
presente em um espaço e lugar. Sua presença individual produz uma interação com
o meio. Esta interação se dá por diversos modos, há quem diga que sua faculdade
de interação vem da experiência que se dá com o meio. Há sociólogos e filósofos
que definem o empirismo, pragmatismo, espiritualismo, etc. Há diversas
definições. Existem várias formas de ver o relacionamento do homem com seu
meio, isto é digno de verdade, mas o importante é que este relacionamento seja
para crescer a pessoa humana e nunca diminuí-la em coisa. O sujeito é pessoa
que se dá a conhecer, e este conhecer se dá apreensão do meio. Toda pessoa
humana pode conhecer, e deve saber o que está relacionando, se é com outras
pessoas, ou se é com coisas. Um exemplo simples é o agricultor, ele está diante
da terra, que pode produzir seu sustento, quanto pode também construir sua
morada. Ele pode cuidar da terra para plantar árvores frutíferas como pode
construir sua casa para morar. Mas se ele construir uma casa, e não plantar ao
seu redor seu próprio alimento pode comprometer sua vida futura. Seu
relacionamento com a terra será de sustentabilidade ou não. Será de
sobrevivência ou não. Com o tempo, ele vai evoluir em seu meio, construindo
diversos aparatos para melhor viver, como a construção de celeiros, de uma
horta maior e mais diversidades de alimentos. Agora se ele não pensar no seu
futuro, somente destruir e explorar a terra e não revigorá-la, pode ter
surpresas que vão diminuir sua própria natureza, vindo faltar alimento.
Este exemplo
nos mostra que somos pessoas de relacionamento tanto com o meio quanto com
pessoas. Se nesta mesma terra este agricultor encontrar outro vizinho
agricultor, seu relacionamento terá limites, entre a sua terra, sua posse, e
com a terra de outro, com a posse de outros. Ele pode produzir em parceria na
mesma terra, se por acaso for da mesma família, ou pode ter uma relação de
dependência se por acaso ele for empregado. É preciso nesta altura pensar não
só na sua sobrevivência, mas partilhar da sobrevivência do outro. Existirá
assim a construção de relacionamento que deva ser saudável e construtivo. O que
estará em jogo então são duas vidas. Já
se tem que pensar na sociedade humana, na convivência humana.
A convivência
pode ser agradável como pode ser limitada ao desagravo. Dependerá da maneira
que a pessoa foi educada a convivência. Tem pessoas que sabem conviver em
grupos, com pessoas tranquilamente. Mas é consciente que existem pessoas que
não conseguem conviver com pessoas, por diversos motivos. Esta falta de
capacidade de conhecer o outro, de entender o outro pode ser, muitas vezes, a
incapacidade de compreender a si mesmo. As ciências psicológicas têm buscado
diversos caminhos para posicionar a pessoa humana em sua condição de melhor
conviver e descobrir-se a si mesmo. Tudo pela saudável vivência em grupo. Pode
ser numa empresa, numa família, numa sala de aula, ou até mesmo dentro de
veículo público. Pode-se dizer: onde está a saudosa verdade do bem público? O
que é democracia, e o que é bem coletivo? Quem manda numa sociedade
democrática? Estas perguntas permeiam diversas pessoas. De Acordo com o
Catecismo da Igreja Católica: “A pessoa humana é e deve ser o princípio,
sujeito e fim de todas as instituições sociais”(CIC 1892). Isto quer dizer que
a pessoa humana deve ser o centro de dignidade dentro de uma instituição social,
como também numa sociedade democrática. Independente da organização da
sociedade, o centro da vida é a pessoa humana. Sua vida deve ser respeitada e
vivida com digno respeito de ser acolhida e aberta a sua sobrevivência. Neste
sentido focalizamos agora a pessoa humana como princípio, sujeito e fim. Neste
tempo moderno, ou pós-moderno a pessoa é muito confundida por coisas. Ela
perdeu seu sentido de princípio, trocando o valor dela por ações humanas, por
coisas e ideologias ceticistas. Só é válido: não seu princípio de vida, mas sua
ação enquanto tal, sua maneira de encarar a vida. Só é válido o que você produz
e o que você produz para mim. Perde sua autoridade de pessoa humana, e ela é agora escravo de compras, de ações sujeitas
por ideologias que delimitam sua liberdade, como exemplo o comunismo e o
nazismo. E além do mais, ela perdeu seu sentido de fim, de coisa última, de
condição para onde vou, mas só vale o que vivo momentaneamente. O que surge do
agora, e não importa o que será no futuro. Estas desfocalização do “ser” para o
“fazer” trazem confusão de sentido, falta clareza do que é verdade e do que é
mentira. Há uma escuridão e um vazio de valor. Quanto vale um ser humano? O que
ele é ou o que ele faz? E se ele não tem condições de fazer algo, continua
sujeito de valor?
A ciência
moderna tomou posse de grandes descobertas em relação à vida de um ser humano.
Ela descobriu que é possível reproduzir artificialmente. Ela descobriu que pode
clonar animais. Ela descobriu que pode curar doenças graves. Cada dia mais ela
possui uma nova descoberta sobre a vida de uma pessoa humana. Mas ela
descobrindo ou não, ela tem o direito de mandar como deve ser um ser humano?
Ela tem a autoridade sobre a existência de como deve comportar um ser humano?
Qual seu nível de compromisso com a vida?
Diante dessas perguntas, como posso definir o ser humano? Qual o
referencial para sua conduta e ética social? Toda ciência é feita por mãos
humanas. Se a ciência descobriu algo, não foi pelo mérito só de uma comunidade de pesquisa, foi
pelo mérito de uma comunidade de humanos. Então caímos de novo na pessoa humana.
E dentro de uma comunidade humana o que vale é o valor de como o ser humano é
concebido. Não é a ciência que é má, mas como ela é conduzida pelos cientistas.
Suas descobertas não são, muitas vezes, males para o mundo, o que torna mal é a
maneira do que é conduzida as pesquisas que vão contra a sua própria dignidade.
E nisto é preciso descobrir a intenção de suas ações. Qual sua intenção em
descobrir algo? É para melhorar o ser humano, ou é para fins materialistas e
artificiais de degradação do ser humano? Neste caminho de descoberta temos que
ter consciência da própria ação científica, e quais são seus valores que estão
por de traz da conduta das pesquisas. Qual é o valor que está por detrás desta
atitude de descoberta? E só a verdade dos fatos é que vão dar luz para um
caminho correto e justo. E quais são as luzes e os caminhos corretos para ser
seguidos? Ou qual é a luz verdadeira?
“Pede ao Altíssimo para dirigir os teus
passos na verdade”(Eclo 37,15), “Filhinhos,
não amemos com palavras nem com a língua, mas com ações e em verdade. Nisto
reconheceremos que somos da verdade, e diante dele tranqüilizaremos o nosso
coração, se o nosso coração não nos acusa, porque Deus é maior que o nosso
coração e conhece todas as coisas”( 1 Jo 3,18-20). Temos enfim uma verdade,
Deus, que conhece nosso interior. Ele não é produção humana, e nem foi descrito
só por mãos humanas. Mas Ele é um Deus que se tornou humano e é ele próprio que
testemunhou a verdade. Sua ação mostrou a nós o quanto a verdade ilumina nossas
ações. Jesus Cristo é caminho da verdade, pois Ele testemunhou seu amor para
conosco. Ele é o exemplo a ser seguido, pois ele é a luz do mundo, verdade e
amor. Como diz João: “Nisto conhecemos o Amor:
ele deu a sua vida por nós. E nós também devemos dar a nossa vida pelos irmãos”(1
Jo 3,16). Esta caridade divina é que vai iluminar nossas ações, o amor dom de
si. Se a ciência, se os cientistas, ou qualquer pessoa humana que descobrir
este caminho, terá caridade em prol da vida do ser humano, será iluminada sua
ação e terá o compromisso com a verdade dela mesma. Sua ação será justa e digna
de ser seguida. Mas se suas intenções estão contra este princípio, causa a
morte. Sua ação causará a degradação do ser humano e escravizará suas atitudes
em ideologias materialistas e artificiais, tratando assim com deficiência a “vida”
e seu futuro.
A verdade
iluminada pela caridade é caminho a ser seguido. Pois quem ama conhece a Deus e
Deus permanece nele. Isto é critério de verdade, pois Jesus é caminho a ser
seguido. Ele é a verdade a ser acolhida, e Ele é a vida que devemos testemunhar.
Tanto em relação à sociedade humana, como a própria pessoa que precisa estar
iluminada nesta verdade. Acolher seus ensinamentos e sua palavra é transcrever
na sua ação um caminho de verdade do próprio ser humano. Deste modo não precisa
preocupar-se o coração, pois estará num caminho seguro. Qualquer ideologia
humana não terá tanta eficácia como à proposta do Evangelho, que sempre tem o
compromisso com ser humano, com sua liberdade, sua vida e suas ações. Deixar-se
conduzir por esta verdade é descobrir a si mesmo como princípio de liberdade,
fraternidade e vida. Esta verdade ilumina sua ação a ser justa e correta.
Nenhuma forma filosófica, psicológica e sociológica moderna tem tanta clareza e
abertura para a pessoa humana encontrar em seus dados objetivos e subjetivos num
caminho tão claro de apreciação da pessoa. Não é errado seguir uma proposta
humana, mas ela não será tão ampla quanto à proposta do Evangelho, que propõe a
salvação e a vida eterna. Será pretensão de mais afirmar esta verdade? Não,
porque os fatos e a realidade cristã têm provado dia a dia nestes dois mil anos
de existência a condução de uma felicidade plena a quem o acolhe e o segue. Tanto pela condução da Igreja
Católica, como também em Igrejas Protestantes que seguem um caminho de amor e
respeito do Evangelho, que diz “sim” a vida de todo ser humano.
Este caminho
do sim a vida humana perpassa o caminho da firme decisão, de uma escolha pela
solidariedade humana, de sensibilidade em respeito à pessoa humana (SRS 38 –
40). O respeito à pessoa propõe que ela é um ser integral: em sua dimensão
física, dimensão espiritual e interior, e na sua dimensão transcendental. Quando
defino o ser humano na sua dimensão integral é acolher a sua natureza dada pelo
Criador, sua natureza física, biológica e psicológica. É acolher sua
integralização e não sua fragmentação. Não posso negar minhas características e
minha função enquanto “procriação e continuidade da vida” dos seres humanos na
terra. Somos feitos para reproduzir outros seres humanos e continuar o mistério
da criação humana. Respeitar nossa natureza enquanto somos feitos para a unidade
e a esta unidade, por sua vez, cria uma nova vida. Negar isso pode ser tratado
como uma negação da integridade física original. Somos seres relacionais e
unitivos. Temos uma lei natural da solidariedade, de respeitar o “próximo”,
seja inimigo ou não, como sujeito de respeito e fraternidade. A verdade humana
e seu verdadeiro valor estão em ressonância com a verdade divina, com sua
doutrina e com sua vida testemunhada na caridade em Deus(GS 20,1). O modelo é
Cristo e ele testemunhou, falou e mostrou o que é a verdade humana: “Amarás”.
Respeitamos o ser humano como seres iguais e diferentes, iguais em natureza e
diferentes em sua função social. O homem é uma pessoa única e a mulher é uma
pessoa única, e a relação entre um e outro é de auxílio e não de exploração,
expropriação, ou fragmentação do ser. O homem em sua determinação tanto biológica,
psicológica e física tem sua função unitiva com a mulher, também nas dimensões
espirituais. Tal união participa na criação divina em dar oportunidade a um
novo ser humano: a procriação. Nisto participamos no mistério divino de criar
um ser humano naturalmente. Negar sua natureza é negar a imagem e semelhança do
Criador que pelo amor cria uma nova vida. O auxílio da ciência moderna não pode
ter o direito de superar a autoridade divina na criação humana, mas pode
auxiliá-la na conformidade com o que é sagrado, visando sua plena obediência e
respeito à vida humana. Tal ação tecnológica tem que estar de acordo com a
ética e a moral da vida enquanto tal existente, pois toda descoberta humana é
uma descoberta dos fenômenos naturais, e que estes fenômenos são imanentes de
um único arquiteto superior, sábio e
perfeito: Deus (CIC 2258).
Tais valores
cristãos de integralidade da vida são justos para a condição humana. A visão
cristã, a partir do Cristo modelo, nos abre a novas descobertas da vida, da
perfeição em ser “vida humana, pessoa humana”. O liberta de suas próprias ações
enganadoras e das estruturas de pecado, que visam o lucro, a fragmentação e a
destruição da vida. A dimensão espiritual e interior do ser humano é uma
característica que integra o físico. Todo homem é dotado de consciência e
razão, e sua razão tem que estar guiada para solidariedade e fraternidade
universal. Os modos políticos e sociais, muitas vezes, são produções racionais
humanas. Tais produções conduzem há interesses, muitas vezes, precários para
uma vivência digna. Há interesses de políticos, há interesses de países, e há
interesses de instituições privadas que não tem o compromisso com a vida
humana. Tal atitude só será prejudicial à vida. É preciso que a razão esteja clara
da verdade, da clareza do que é vida humana feliz e em paz. É preciso saber
quem tem a intenção de cuidar não só da saúde social, da saúde humana, mas é
preciso saber quem detém a verdade e quem o conduz a fraternidade e igualdade
de todos. Na democracia temos o direito de participar em igualdade, mas será
que a maioria vai preocupar com a felicidade de todos? Ela uniu a igualdade de
vida a todos? Está isenta de interesses próprios e de uma minoria provocadora
de morte? Na dimensão de seres racionais e conscientes temos que ter abertura
àquilo que conduz a nossa verdade. Cristo nos orienta a verdade e a felicidade
plena. Nossa razão tem que ser orientada na sua dimensão do livre arbítrio e na
plena ambientação de um digno desenvolvimento da pessoa. A escolha do caminho
racional necessita conter a buscar da liberdade e da fraternidade, e deixar um
legado para as novas vidas serem “pessoas humanas”. Ter outros sujeitos-pessoas
como auxílio é ter uma igualdade de direitos e deveres, um sentido horizontal e
não vertical. E na sociedade ou em qualquer instituição social e política nunca deve permitir as
desigualdades e explorações de culturas que vão contra a caridade e a verdade
humana. É uma escolha consciente de escolher cuidar do ser humano, da vida
humana enquanto tal, pois toda atitude contra isso é degradação dela mesma.
Na sua
dimensão espiritual e transcendental, o ser humano encontra sua caridade e sua solidariedade
não só nos parâmetros da fé religiosa ou nos fenômenos religiosos. Mas encontra
seu próprio sentido de vida, tanto em seu fim, princípio e verdade. Pois a
caridade cristã ela nos movimenta a vida para seu sentido mais amplo, da vida
eterna. Enquanto leis e costumes são ditos por um fim terreno, ou por interesses
próprios, a vida cristã o eleva a verdades que não são supostamente da razão
instrumental[1],
mas o ser humano próprio pode experimentar com todas suas dimensões
integralmente a vida plena e de respeito a sua dignidade. Uma razão sem o
princípio transcendental pode ser boa para vida humana, e conduzir a sua
verdade, mas ela terá limites que só o sentido de fé poderá trazer o benefício
de um ser humano mais humano e perfeito. Sua negação pode estratificar a sua
vida e pode abrir espaço para degradação de sua natureza, enquanto seres
abertos ao transcendente. O exemplo disso percebe-se numa pessoa que vive a fé
cristã, ela pode ir mais além a seu sentido de vida, do que a pessoa que se
fixou nas teorias políticas e psicológicas materialista-determinista.
Quanto vale um ser humano no mundo moderno? O
que ele produz ou o que é enquanto ser humano? Como a razão científica ainda
não soube resolver as guerras dos povos, as brigas nas escolas, as maldades
humanas. Será que colocar todos os malvados na cadeia vai acabar a maldade?
Será que a pena de morte resolve o problema? Perguntas que não param de ser
colocadas em evidência. Parece que a direção fica presa cada dia mais na
degradação do ser humano. É o confronto entre o egoísmo e o amor mútuo. Quem
considera um ser humano, em sua razão livre, sabe que ele mesmo está diante da
vida e da morte. “Hoje tomo o céu e a
terra como testemunhas contra vós: eu te propus a vida ou a morte, a benção ou
a maldição. Escolhe, pois, a vida, para que vivas tu e a tua descendência,
amando a Deus teu Deus, obedecendo à sua voz e apegando-te a ele. Porque disto
depende a tua vida e o prolongamento dos teus dias” (Deu 30,19). A pessoa
humana é livre em escolher a verdade e a mentira da sua vida. Ele é livre em
escolher o caminho que traz vida e o caminho que traz a morte. Como foi dito no
começo, Jesus Cristo é nossa verdade. Ele viveu uma vida plena de cuidado com a
sua vida e com dos irmãos. E foi mais além do cuidado, deu sua própria vida em
favor de muitos. Sua máxima do amor foi demonstrada e testemunha diante dos
povos. Basta cada ser racional, livre e com toda sua consciência escolher
seguir o seu exemplo, ou seguir o seu próprio caminho.
Ao seguir o
caminho sem Deus, a pessoa guiada por verdades do ceticismo, do iluminismo, do positivismo
e do materialismo poderão testemunhar se vão ser coerente com a verdade humana
ou não. Mas no fundo, seus ideais não respondem as grandes questões humanas, e
sim tem testemunhado em sua plenitude uma razão estratificada, instrumental, e cada
dia mais usando o valor humano para fins contrários a vida humana. Tais valores
continuam sendo fragmentados no lucro, na ciência irracional, nas atitudes
egoístas de povos majoritários. Continua a vencer sobre o humano o ideal do
dinheiro e da economia voltada para o capital. Até quando o ser humano vai
perceber que não somos coisas e nem produção do dinheiro, mas sim somos pessoas
dignas de respeito pelo direito de viver feliz, de forma fraterna e em paz!
Escolhe, pois a Deus, e ele vai guiar nossos passos para vida mais ampla e
integral, mais fraterna e justa, mais perfeita e sana, mas verdadeira que
cuidará de nossa profunda liberdade e solidariedade. Sua famosa frase ainda é
atual: “Ninguém te condenou? Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante na
peques mais” (Jo 8,11). Ser humano!! Ninguém pode te condenar se você está sob
o amor divino, siga em paz. Viva sua vida em paz, mas não tenha parte com o
mal, não negue a Deus, não peques mais!
Marcelo Fernandes dos Santos
Siglas de documentos:
CIC – Catecismo da Igreja Católica
SRS – Sollicitudo rei socialis
GS – Gaudium et spes
[1]
Conceito definido por Jürgen Habermas em seus escritos, uma razão voltada ao
cientificismo e o valores econômicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário