segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Quanto vale um ser humano? - Marcelo Fernandes



Quanto vale um ser humano?

Diariamente recebemos a informação de quanto vale um produto e uma coisa. Não é preciso sair de casa para receber um panfleto de supermercado. Os programas de TV colocam os preços de diversos produtos, incentivando a comprar, comprar, e comprar. Se não tomar cuidado, tudo o que fazemos é a base de compra e venda. Crianças e adultos, muitas vezes, entendem o mundo na base da compra: “Quanto vale”? Ao lidar com o ser humano a situação tornar-se complicada. Não somos coisas, somos pessoas. Devido a tanta propaganda algumas pessoas associam as coisas com pessoas. Ai está uma grande confusão do mundo moderno. Quanto vale um ser humano?
                Nos tempos antigos o ser humano era visto como “homem”, foi visto também por filósofos como cópia de um ser eterno. Foi visto como razão, sujeito e também como corpo belo. Mas como definimos o ser humano, pela sua biologia ou por sua opção? Ele é o que ele faz ou o que ele existe que o possa definir como diferente das coisas? Definimos aqui um norte para entendermos quem somos: sujeito constituído de vontade, liberdade e verdade. Somos pessoas que contém uma dimensão corporal e uma dimensão espiritual. Somos pessoas inteiras e feitas em unidade de corpo e alma (CIC 364)[1]. Não posso dividir o ser humano dizendo que é só corpo, ou muito menos dizer só espírito. Ele é uma unidade e verdade. E esta dimensão de unidade traz uma luz para definir o que há dentro da raça humana que difere dos seres animais e das coisas, a razão contida em liberdade. Sua capacidade de transcender as coisas. Desta forma já os grandes filósofos gregos perceberam. Já as grandes religiões já definiram o ser humano dotado de algo além do simples viver espontaneamente. Somos sujeitos que podem constituir nossa própria história. O ser humano é capaz de construir sua história, isto é uma verdade.
                Tal natureza difere das coisas, uma mesa não pode decidir onde quer ficar, se não tiver alguém que faça mover. Um animal pode até ter grandes características semelhantes ao ser humano, mas não é sujeito livre em decidir aonde quer ir senão pelo seu instinto. A faculdade racional do ser humano o difere dos animais. Há um instinto no animal que o faz conservar sua espécie e no homem há uma capacidade de consciência e inteligência racional que o difere do instinto, dizia Aristóteles e Kant[2]. Somos sujeitos livres, dotados de uma liberdade que transcende nossos próprios atos. Esta dimensão espiritual nos faz entender que temos o direito e a dignidade de ser respeitado não como coisas, e não como sujeitos animais, mas respeitados como pessoas. E quem nos respeitou tão grandemente? Um outro ser humano ou  um criador maior? Esta pergunta nos remete pensar: alguém tão perfeito nos criou com sabedoria e de uma capacidade digna de elogiar sua habilidade de criar. Somos obra prima de um artista digno de Oscar.
                Assim quanto vale a nossa pessoa? Vale o que somos em si, ou só valemos por aquilo que fazemos? No caso de um artista, ele é homenageado por aquilo que ele é, ou por sua obra de arte? Um cantor é visto pelo seu carisma ao cantar, ou porque ele é uma pessoa humana. Caímos num constante erro de valorizar as pessoas como os produtos que compramos. Compra-se uma TV plasma e ela vai valer para mim enquanto funcionar. Se quebrar ou ficar ultrapassada ela não vale mais para mim, vou querer comprar outra, se o concerto for muito caro, ou quero uma mais moderna. O cantor é válido enquanto  sua música me encanta, me dá prazer, ao passo que se ele deixar de cantar, ele não tem mais utilidade para mim, não vou mais procurá-lo. Este é o erro de valorizar as pessoas pelo que produzem, como produtos que me agrada ou desagrada. E o ser humano não é coisa, é pessoa. Sua validade está na sua essência de ser homem e mulher. De ser uma entidade constituída de vida. Não importa se ela faz ou não algo, ela é sujeita de dignidade e de respeito, não importa o que ela produziu ou escolheu fazer algo. Ela vale por ter uma vida em si, por habitar um ser com direito de permanecer viva neste planeta. Todas as leis humanas constituem este princípio de dignidade, o ser humano é um sujeito digno de viver e de ter uma oportunidade de viver com sua liberdade e sua verdade. Desta forma o ser humano tem sua dimensão na liberdade, uma dimensão de moralidade, uma dimensão de paixões e uma dimensão de consciência (CIC 1730;1749;1762;1776). Estas dimensões transcritas no ser humano nos movem a visualizar uma dimensão de unidade na sua vida.
                A “vida” pode ser entendida por: força espiritual, devir, algo que faz o ser humano estar vivo, pode ser design, pode ser forma. Mas em tudo a vida é o que move o ser humano a existir neste mundo. Ele está aí vivendo, posso ver. Quando visitamos os entes queridos e falecidos num cemitério cremos que sua vida se foi deste mundo. Daí muitas crenças acreditam que sua vida continua em um lugar espiritual, entendida por felicidade eterna, descanso, paz, e etc.  Mas enquanto ela está viva no planeta terra sua dignidade é em favor da vida. Isto é uma máxima de verdade para qualquer pessoa. Agora se nossa validade está na vida, posso eu  respeitar os atos de um homem, como um ser vivente?
                As dimensões que citei acima, principalmente a liberdade e a vontade, deve constitui o ser humano. Ele é o que é independente de suas ações. Meu respeito deve ser por aquilo que ele está sendo constituído. O problema está quando ele constitui um postura que o define sua ação contrária sua própria vida. Entendendo melhor, quando um sujeito resolve colocar em seu coração a vontade de matar alguém e age livremente assim, ele está definindo o que ele quer, ele define sua própria ação. Sua ação tem seu valor e utilidade. Agora será que esta ação vai agredir alguém? Será que sua ação vai proteger a vida de alguém? Se ele deseja matar, desde criança, jogando vídeo game, quando adulto ele acredita que pode matar também, mas o problema moral se instala. Não somos fictícios, mas reais. Somos sujeitos de uma única vida. Ao matar alguém tiramos o direito da vida do outro. Neste caso, a nossa liberdade tem um limite, e este limite está no começo do limite do outro. Ou seja, só posso agir livremente quando meus atos não vão tirar ou degredir a vida do outro. Esta máxima existe porque estamos num mundo coletivo. Vivemos em comunidade de pessoas, muitas vezes dividimos o mesmo teto, moramos no meu bairro ou condomínio, temos irmãos e pessoas ao nosso redor, não somos sujeitos únicos no mundo, somos sujeitos que vivem na coletividade. Existe o outro.
                João Paulo II em seus escritos sobre a teologia do corpo nos diz o seguinte pensamento sobre a reflexão do significado do ser humano no livro dos Gênesis: o homem só descobriu seu significado de homem quando viu a mulher[3]. Ou seja, só nos descobrimos pessoas  e sujeito de identidade quando deparamos com outra pessoa sujeita de identidade. Pode-se dizer que no confronto o outro descobrimos a nossa própria identidade. Suponhamos se existimos só, num mundo de coisas e animais, como viveu Adão, descrita no livro dos Genesis.  Viveríamos bem, sim, talvez tranqüilos. Mas não nos teria a plenitude, porque faltaria algo. E este algo que nos falta é o outro, porque somos feito sujeitos relacionais, feitos capazes de abrirmos nosso ser a outra pessoa, como um dom de si, afirmada por João Paulo II. É constitutivo em nós um ser aberto ao outro, e o contrário desta realidade é o sujeito egoísta, individualista. Não se vive no mundo sozinho, é impossível. Dependemos de outros. Somos feitos para se completar com outras pessoas. E nisto há uma verdade: somos feitos para amar e ser amados. Não é a toa que os 10 mandamentos foram resumidos por Jesus em dois: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo(Mc 12,30-31)[4]. Somos seres feitos por um criador para evoluir, crescer, amadurecer e se relacionar. Quando vivemos a sós, por si mesmo, vivemos o perigo de contradizer nossa própria natureza. É muito bom estar sozinho às vezes, para nos encontrar, nos descobrir como um ser vivente e digno de amor. Mas não podemos viver eternamente sozinhos, se ficamos doentes necessitamos de médico, não temos todos os conhecimentos na cabeça. Temos que depender de outros.  Esta verdade foi percebida também por um filósofo alemão Jürgen Habermas, que fundamentou toda sua teoria do agir comunicativo, do intersubjetivo[5]. E a democracia também segue este parâmetro, de que todas as pessoas têm o direito de viver e opinar, de constituir nossa sociedade, mas respeitando a igualdade de todos. Não quero aqui aprofundar os conceitos filosóficos e teleológicos, e nem teológicos, quero abrir a mente a perceber o outro, e respeitar sua vida enquanto ele está aí vivo ao nosso meio.
                A validade do ser humano então passa também por uma realidade de igualdade de direitos. E esta igualdade nos mostra que somos constituídos do mesmo princípio, que temos o mesmo ente vivente em nós. Somos pessoas constituídas pelo mesmo material, as mesmas dimensões. Agora quando tratamos as pessoas como compra e venda, o valor de uma pessoa passa a ser variado, e só é valor por aquilo que ela produz, pelo cargo que ela constitui, e muitas vezes pelo mando que ela adquiriu. E isto não é valorizar a vida em verdade, é fragmentar a pessoa e não se trata de um ser de unidade e de integralidade. Este mal está enraizado na sociedade, o egoísmo entrou no ser humano como um joio está num campo de trigo. É uma tendência a viver somente para si mesmo. Se como algo, uma fruta, ou até mesmo o alimento de cada dia, como para si mesmo, para meu sustento. Ler-se um livro é para si mesmo que o faço, salvo o caso das profissões de bem público como o professor que lê para ensinar outras pessoas também. Agora tratando de relacionamento com pessoas não posso tratar como um bem para si mesmo, isto estou deturpando a realidade. Tenho que tratar pensando no bem do outro. Preciso sim estar bem, com saúde, por isso trato-me bem. Agora não vivo preso a isso. Vivo para fazer o bem do outro. Esta máxima está na dignidade humana de um ato bom, verdadeiro e justo. Porque o que faço não só causa um bem para mim, mas para sociedade e para o outro. Isto constrói mais relações de dignidade, mais amor e mais justiça.
                É difícil o ser humano viver num altruísmo. Requer coragem e esforço pessoal, há quem diga que deve ser exercida na virtude. Creio que deve ser um princípio de valor. Quando eu valorizo alguém tenho que valorizar a outra pessoa como referencial. Diz uma música de Frejat: “Cuide bem do seu amor, seja quem for...” O cuidado é essencial para nossa atitude. Deste modo você tira uma verdade: só é perfeita a atitude que cuida da vida do outro. Quem cuida da sua dignidade, da sua vivencia, da sua felicidade é digno de você mesmo, mas se tu cuidas do outro será visto como um ato bom também para outra pessoa, porque você cuidou dela. É errado ser egoísta? Desde que esta atitude não seja degradante a você mesmo e principalmente ao outro.  Tiramos uma moral e uma ética da relação do altruísmo e do egoísmo. O egoísmo quando visto na negação do outro é um mal, é um pecado, porque degride a vida do outro. Ao comer um lanche na frente de uma pessoa que não tem o que comer é errado? Com certeza sua consciência vai dizer se você pode dividir seu lanche com ele ou não.  Ao dividir você se alimentou e alimentou outra pessoa. Agora ao comer tudo sozinho e não ligo para ao meu redor, você se torna um ser egoísta, indiferente a dor do outro, ou seja, a fome do outro, já que você está num ambiente coletivo. Se o outro está na fila para comprar o lanche, você não errou em comer tudo sozinho. Mas digamos que existe uma ética do respeito de pelo menos oferecer: quer um pedaço?
                Partindo para vida das paixões isto se torna complicado. Porque uma coisa é ter sentimento e paixão por alguém, e outra coisa é a outra pessoa ter o sentimento recíproco. Ao ser uma pessoa egoísta, nego a vida do outro, não importa o que você sente, mas você tem que “me amar como eu te amo”,  e isto é muito visto em crianças de tenra idade. Você tem que aceitar minha opinião mesmo não querendo. Já o altruísta pode agir o contrário, vou te amar, mas vou respeitar sua posição de não gostar de mim. Diz o psicólogo Flávio Gikovate[6] que temos que tomar cuidado com o egoísta e o altruísta, pois ambos podem não ter a capacidade de amar, mas querem ser aceitos condicionalmente. Isto pode privar a liberdade e a respeito. O respeito deve ter uma justa medida, um equilíbrio ao agir. Um justo meio já dizia Aristóteles será bem vindo nestes casos. O amor não tem condições, é incondicional, amo livremente, porque quero fazer o bem para você. Querer o bem do outro é uma questão primordial para valorizar o outro. O ser humano vale não só porque gosto dele, ou porque ele não gosta de mim, mas porque quero seu bem. O professor tem muitas destas atitudes, ele ensina a criança que gosta de sua aula ou não. Mas ele vai dar uma aula de qualidade porque ele quer o bem dos alunos, ou seja, que eles saiam mais inteligentes da sua aula.
                No fundo, nossos atos têm um sentido ou não? Depois de todas as reflexões que fizemos, existe algum ato que tenha sentido? O que é sentido, ou seja, o foco? O sentido é algo que nos move a viver, a ir em direção de algo. Leva-nos a dizer que aquilo é verdadeiro e é real para mim, ou para maioria. O sentido pode ser visto como um fim, como pode ser visto como um meio. Quando é visto como um fim, ele segue uma verdade que o impulsiona. Segue um modelo. Que vai satisfazer, dar prazer, ou até mesmo trazer felicidade. Agora o sentido visto como meio, fica parcial. Quero ir a tal lugar, mas não importa se vou chegar ou não, quero somente andar. Ou seja, deixa vida me levar, já dizia o saudoso Zeca Pagodinho. Dentre esta proporção o caminho que devo percorrer precisa de uma valorização e uma qualidade. Se o sentido que vivo minha vida tem uma verdade, um sentido, um fim, eu vou lutar para conquistar, vou querer chegar até ele. Se não chegar, pode ser frustrante. Por isso, muitos seguem somente o caminho. Sem sentido nenhum. Isto pode também ser frustrante. Nós ser humanos fomos feitos por um criador. Este criador nos fez aberto ao outro, somos sujeitos livres e dotados de capacidade racional para apreender as coisas. Temos sentimentos e paixões, e agora, por qual finalidade existo? Ou por que caminho? A estas perguntas somente uma resposta vai completar nossa vida, nosso sentido universal de ser uma pessoa. A abertura espiritual que temos. Somos unidade e nos complementamos com o outro. Mas falta algo para realizar o ser humano, e esta verdade é “Deus”.
                Deus pode ser criação de humanos, quando queremos definir nossa capacidade de ver o espiritual. Os grandes filósofos já definiram como primeiro motor, o grande criador. As comunidades e religiões o definiram também como a linguagem da metafísica e como linguagem teológica. Mas existe um criador que pode relacionar com a gente. Os deuses criados pelos pensadores e pela sociedade com certeza não. E se existe ateu no mundo é função destes deuses. Agora o Deus que existe e nos criou, ele está ai. No nosso meio, ele se deixa encontrar e tocar, basta você mesmo fazer a experiência do “Emmanuel”(Deus conosco). Temos a bíblia como um dos escritos que testemunha a presença de um Deus vivo e presente. Temos o evangelho de Cristo que testemunha sua presença como Deus no meio de nós. Agora quem de nós está supostamente afastado deste Deus presente? O que acontece na maioria das vezes, é as pessoas não querem acreditar. É justo, porque são livres para escolher. Mas não se pode negar sua presença de amor pela humanidade(Ex 34,6 -9; Mt 26,28; Jo 13,1). Deus se dá a conhecer, derrama seu amor no seio da humanidade. Sua virtude é dar a vida, ele não só falou, mas provou com sua própria vida que nos ama, que cuida de nós. Basta somente acreditar, e esta função se dá em toda nossa unidade de dimensão. Se completa na liberdade, na paixão, na consciência e na verdade de nossa própria natureza. Ele deixou um exemplo de amor, e disse que conhecerá a verdade aderindo à sua Palavra e ao seu amor:  “Eu lhes dei a conhecer o teu nome e lhes darei a conhecê-lo, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu neles”(Jo 17,26). Nisto temos uma máxima: Deus é amor e este amor é nosso modelo e dignidade de uma vida plena, uma vida em abundância (Jo 10,10).
                Por fim, temos um modelo, Jesus Cristo, que trouxe ao ser humano um novo sentido de vida. Veio trazer a boa nova, esperança para o ser humano  buscar o  seu sentido completo de pessoa. Sua dimensão espiritual o completa pelo Espírito Santo(Jo 14,26). A dimensão espiritual que temos nos abre para uma vida sem escravidão do egoísmo. Ele ensina a viver seus modelos de santidade e perfeição. A dimensão que nos traz é a libertação do pecado, da morte, porque ele ressuscitou da morte. Nem a morte pode o vencer. Ele é a nossa  referencia para buscar um novo modelo de ser humano, de valor e de dignidade. Nele temos a vida, pois ele é a vida. Ele é nossa verdade que nos guia. Neste sentido a verdade é que nos proporciona dizer o que é certo e o que é errado. Existem diversas teorias sobre o homem, diversas definições sobre a instituição humana no planeta. Agora não temos só definições científicas, mas temos uma pessoa concreta que é modelo de ser humano:” o verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Não defino o ser humano por teorias puramente ou somente racionais, mas defino um ser humano vivo que é modelo que habitou no meio de nós para mostrar o quanto vale o ser humano, vale sim sua vida. Nestes critérios quanto vale o ser humano? Vale o sangue de um Deus que nos amor profundamente, se dando numa cruz para que o ser humano em todas suas dimensões fosse visto como ser perfeito, livre de todo mal que o possa degredir, destruir e eliminar.  Este testemunho segue nossa reflexão vinda de um apóstolo de Cristo que disse e viu, João testemunhou que nele somos perfeitos: “E isto vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa” (1 Jo 1,4).


[1] Cf. Catecismo da Igreja Católica.
[2] Cf. coleção Os pensadores: Aristóteles e Kant.
[3] Cf. Homem e mulher o criou. João Paulo II. São Paulo: Ed. Edusc. 2005. P. 88s.
[4] Os trechos bíblicos foram analisados pela versão bíblica de Jerusalém.
[5] HABERMAS, Jürgen. A inclusão do outro. Humanística. São Paulo: Edições Loyola, 2002
[6] Cf. Flávio Gikovate. O mal, o bem e mais além. Ed. MG Editores.

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